ALIENAÇÃO - A.W.TOZER

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010


AUTOR: JOSEMAR BESSA.

QUANDO SE ORA ERRADAMENTE.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010


    Algumas vezes ora-se não só em vão, mas também errado. Vejamos o exemplo: Israel fora derrotado em Ai, e ―Josué rasgou as suas vestes, e se prostrou em terra sobre o seu rosto perante a arca do Senhor até à tarde, ele e os anciãos de Israel; e deitaram pó sobre as suas cabeças (Josué 7:6). De acordo com a nossa atual filosofia do reavivamento, isso era o que devia ser feito e, uma vez que isso se fizesse continuamente, é certo que convenceria a Deus e Ele acabaria concedendo aquela bênção. Mas, ―disse o Senhor a Josué: Levanta-te; por que estás prostrado assim sobre o teu rosto? Israel pecou, e violaram a minha aliança, aquilo que eu lhes ordenara... Dispõe-te, santifica o povo, e dize: Santificai-vos para amanhã, porque assim diz o Senhor Deus de Israel: ...aos vossos inimigos não podereis resistir enquanto não eliminardes do vosso meio as cousas condenadas".(Josué 7:10-13). 
     Precisamos de uma reforma dentro da Igreja. Pedir que um dilúvio de bênçãos caia sobre uma igreja desobediente e decaída é desperdiçar tempo e energias. Nova onda de interesse religioso apenas conseguirá adicionar números às igrejas que não tencionam submeter-se à soberania de Jesus e nem buscam obedecer aos mandamentos dEle. Deus não está interessado tanto em aumentar a freqüência às igrejas, mas em fazer com que tais pessoas emendem seus caminhos e comecem a viver santamente. Certa vez o Senhor pela boca do profeta Isaías disse palavras que aclaram este assunto de uma vez por todas: 

"De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? diz o Senhor. Estou farto dos holocaustos de carneiro, e da gordura de animais cevados, e não me agrado do sangue dos novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes. 
Quando vindes para comparecer perante mim, quem vos requereu o só pisardes os meus átrios? 
Não continueis a trazer ofertas vãs; o incenso é para mim abominação, e também as luas novas, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade associada ao ajuntamento solene... Lavai-vos, purificai-vos, tirai a maldade de vossos atos de diante dos meus olhos: cessai de fazer o mal. 
Aprendei a fazer o bem; atendei à justiça, repreendei ao opressor; defendei o direito do órfão, pleiteai a causa das viúvas... 
Se quiserdes, e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra." 
(Isaías 1:11-17,19.) 

    Os rogos, pedindo reavivamento, só serão ouvidos quando acompanhados de uma radical emenda ou reforma de vida; nunca antes. Reuniões de oração que atravessam a noite mas não são precedidas de verdadeiro arrependimento só podem desagradar a Deus. ―O obedecer é melhor do que o sacrificar. (1 Samuel 15:22.) Urge voltarmos ao cristianismo do Novo Testamento, não apenas no que respeita ao credo mas também na maneira completa de viver. Separação, obediência, humildade, naturalidade, seriedade, autodomínio, modéstia, longanimidade: tudo isso precisa ser novamente parte vivificante do conceito total do cristianismo e aparecer no viver cotidiano. Precisamos purificar o templo, tirando de dentro dele os mercenários e os cambiadores, e ficarmos outra vez inteiramente sob a autoridade do Senhor ressurreto. E isto que aqui agora dizemos aplica-se a quem escreve estas linhas, bem como a cada um dos que invocam o nome de Jesus. Daí, sim, poderemos orar em plena confiança, e aguardar o verdadeiro reavivamento que certo virá.


A.W.TOZER  
TEXTO EXTRAIDO DO LIVRO  "O CAMINHO DO PODER ESPIRITUAL" EDITORA MUNDO CRISTÃO

Deus Deve Ser Amado por Ele Mesmo

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

       
       Sendo Deus o que Ele é, precisamos buscá-lo por Ele mesmo e jamais como um meio para obter uma outra coisa. Quem quer que busque outros objetos e não Deus está sozinho; é possível que venha a conseguir tais objetos, mas jamais terá a Deus. Deus nunca é encontrado acidentalmente. "Buscar-me-eis, e me achareis. quando me buscardes de todo o vosso coração" (Jr 29:13). 

       Quem quer que busque a Deus como um meio para atingir um fim desejado, não encontrará Deus. O Deus poderoso, o criador dos céus e da terra. não será um dentre muitos tesouros, nem sequer e maior deles. Ele será tudo em todos ou nada será. Deus não se deixa manipular. Sua misericórdia e graça são infinitas e sua compreensão paciente é incomensurável. mas não ajudará os homens em seu es­forço egoísta para obter ganhos pessoais. Não auxiliará os homens a atingir fins que. uma vez alcançados, usurpem o lugar que por direito lhe pertence no seu interesse e afeição,

O cristianismo popular, entretanto, dá a sua maior ênfase à idéia de que Deus existe para ajudar as pessoas a progredirem neste mundo. O Deus dos pobres tornou-se o Deus de uma sociedade afluente. Cristo não mais se recusa a ser juiz ou divisor entre irmãos gananciosos. Ele pode ser agora persuadido a ajudar o irmão que o aceitou a aproveitar-se do irmão que o rejeitou.

Um exemplo crasso do esforço moderno para manipular Deus, favorecendo propósitos egoístas, é a história do conhecido comediante que depois de repetidos fracassos, prometeu a alguém que chamava de Deus que se o ajudasse a ter sucesso no mundo do palco ele o recompensaria contribuindo generosamente para o cuidado das crianças enfermas. Pouco depois teve êxito em várias casas noturnas e na televisão. Ele cumpriu a sua palavra e está levantando grandes somas em dinheiro para construir hospitais infantis. Essas contri­buições para a caridade, em sua opinião, são um preço bem pequeno a pagar pelo sucesso em um dos campos mais difíceis do empreen­dimento humano.

É possível desculpar a atitude desse artista como algo a ser esperado de um pagão do século vinte; mas que multidões de evan­gélicos na América do Norte acreditassem realmente que Deus tivesse algo a ver com o acontecido não pode ser tão facilmente posto de lado. Esta visão diminuída e falsa da divindade é uma das principais razões da imensa popularidade gozada por Deus hoje em dia entre os bem nutridos ocidentais.

O ensino bíblico é que Deus é Ele mesmo o fim para o qual o homem foi criado. "Quem mais lenho eu no céu?" clamou o salmista, "Não há outro em quem eu me compraza na terra" (SI 73:25). O primeiro e maior mandamento é amar a Deus com todas as fibras de nosso ser. Onde existe um amor assim, não pode haver lugar para um segundo objeto. Se amarmos a Deus quanto devemos, não pode­mos certamente sequer imaginar um objeto a ser amado além dEle, que possa ajudar-nos a obter.

Bernard de Clairvaux inicia seu pequeno e brilhante tratado sobre o amor de Deus com uma pergunta e uma resposta. A pergunta: por que devemos amar a Deus? A resposta: porque Ele é Deus. Ele desenvolve ainda mais a idéia, mas para o coração esclarecido pouco mais precisa ser dito. Devemos amar a Deus porque Ele é Deus, Além disto os anjos não podem pensar.

Sendo quem é, Deus deve ser amado por Ele mesmo. Ele é a razão para que o amemos, da mesma forma que é a razão de seu amor por nós e para todos os outros atos por Ele realizados, os que irá realizar e está realizando, perpetuamente. O principal motivo de Deus para tudo é o seu próprio prazer. A busca de razões secundárias é gratuita e perfeitamente inútil. Ela supre os teólogos de uma ocupa­ção e acrescenta páginas aos livros de doutrina, mas é duvidoso que apresente quaisquer explicações válidas.

Está, porém, na natureza de Deus o partilhar. Seus poderosos atos de criação e redenção foram feitos para o seu próprio prazer, mas o seu prazer se estende a todas as coisas criadas. Basta olhar para uma criança sadia brincando ou ouvir o canto de ura pássaro no fim da tarde e saberemos que Deus quis que seu universo fosse cheio de alegria.

Os que foram espiritualmente capacitados a amar a Deus por Ele mesmo, irão descobrir milhares de fontes brotando do trono cercado de arco-íris, e ofertando tesouros incontáveis que devem ser recebidos com gratidão reverente como sendo o transbordar do amor de Deus por seus filhos. Cada dom é um presente da graça que, por não ter sido buscado egoisticamente, pode ser gozado sem prejuízo para a alma. Neles se incluem as bênçãos simples da vida, tais como a saúde, o lar, a família, amigos congeniais, alimento, abrigo, as alegrias puras da natureza ou os prazeres mais artificiais da música e da arte.

O esforço de encontrar esses tesouros, buscando-os diretamente, em separado de Deus, tem sido a principal atividade humana no correr dos séculos; e este tem sido o fardo e o mal do homem. O esforço de obtê-los como o motivo oculto por trás da aceitação de Cristo pode ser algo novo sob o sol; mas novo ou velho é um mal que só pode terminar em condenação.
 
Deus quer que nós o amemos por Ele mesmo sem quaisquer razões  ocultas,  confiando  nEle  para   que   seja   tudo  o  que   nossa. naturezas requerem.  Nosso  Senhor disse isto muito bem:   "Busca pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas"  (Mt 6:33).
A.W.TOZER

 TEXTO EXTRAIDO DO LIVRO: O MELHOR A.W.TOZER ED.MUNDO CRISTÃO